Sunday, October 09, 2011

Liderar!

Falar de Liderança está na moda e, nos mais variados contextos – económicos, empresariais, políticos e sociais – as pessoas queixam-se da falta de Líderes. Para mim, que trabalho as questões da liderança empresarial no meu dia-a-dia, este grau de exigência parece-me natural e até saudável. As chefias à moda antiga, assentes na autoridade e no carácter coercivo de um estatuto, são cada vez mais desadequadas e ineficientes. Hoje as palavras-chave não serão “ordem” e “obediência” mas sim “influência” e “mobilização”, levando as Pessoas a sentirem-se genuinamente comprometidas com projectos e objectivos. Liderar significa não estar satisfeito com o que é dado como adquirido, a assegurar os processos de rotina e olhar constantemente para o lado e ver se todos concordam connosco. Liderar significa olhar em frente, ter uma visão estratégica, de longo prazo, e mobilizar vontades para a atingir. Significa estimular o compromisso emocional e a participação de todos. Significa encarar e ponderar os riscos e tomar decisões com firmeza e sentido definido. Ao contrário do que muitos poderão supor, os traços de personalidade de quem lidera não são suficientes. É necessário ser convicto e liderar pelo exemplo que se dá. Se tivesse de eleger os 5 comportamentos essenciais de um Líder, diria o seguinte: a) Deve assumir e promover a Missão, o sentido do trabalho e do esforço de todos: em suma, que valores, que impactos, o que se espera da nossa instituição e da nossa equipa; b) Desenvolver princípios éticos para a equipa, que lhe conceda uma solidez e convicção moral partilhada por todos (que conduta, quando cooperar, quando competir, que cultura de mérito); c) Comunicar constantemente, de forma que haja uma focalização no essencial e não no acessório e que as expectativas e factores de motivação das Pessoas sejam, dentro do possível, mantidas; d) Criar e inovar sempre com um sentido de futuro: desenvolver hábitos de construção de caminhos, em que a capacidade de inovação de cada um (alimentada pela partilha de conhecimento) pode ser um pilar fundamental. e) Acompanhar as Pessoas e promover o seu desenvolvimento pessoal e profissional: uma equipa vencedora num momento pode ser uma equipa conformada e medíocre pouco tempo depois; há que manter a “chama”; Tudo isto é tão verdade no restaurante da esquina com 2 ou 3 empregados como na Sonae do engenheiro Belmiro, que já conta com 40.000 pessoas, como num qualquer ministério ou autarquia, pressionada com o rigor da troika. Nas mais diversas instituições, sejam elas empresas, associações, universidades ou entidades públicas, muitos dos problemas latentes se resolveriam com liderança eficaz. E (quero reforçar) nesta instituição chamada Portugal, importa que líderes políticos, nas suas esferas de responsabilidades, possam ser o exemplo que se lhes exige neste momento tão exigente. Carlos Sezões

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