Thursday, June 02, 2011

Do medo à coragem de mudar


A campanha eleitoral que está prestes a terminar foi dominada por duas grandes ideias: uma que propõe a mesma receita que levou o país à falência e outra que devemos mudar muito da nossa forma de viver em sociedade. Mudar custa! É uma verdade incontornável! Temos, efectivamente, uma tendência para mantermos uma convicta “zona de conforto”, baseada em mantermos o que sempre tivemos, fazermos como sempre fizemos e olhar com desconfiança quem se atreve a sugerir o contrário. É por isso que, no momento em que escrevo, as sondagens continuam a mostrar apenas uma ligeira vantagem entre quem assume o desejo de mudar e quem tem ainda medo de mudar.
Mas, na minha óptica, esta é a eleição em que as opções estão mais claras que nunca, em termos da necessidade de mudança e de quem merece ganhar e quem merece perder.
O diagnóstico já está feito e o retrato da herança é reconhecido por todos: um défice recorde nas contas públicas, uma dívida brutal que demorará décadas a pagar, um desemprego de dimensões trágicas e mais uma recessão na economia portuguesa, quando todas as outras economias já começaram a crescer.
Esta descrição deveria bastar para elucidar qualquer português sobre quem não merece continuar a governar Portugal – refiro-me naturalmente a Sócrates e ao PS.
Mas podemos ir mais longe e falar sobre quem merece e porquê.
Pedro Passos Coelho chegou à liderança do PSD há pouco mais de um ano. É um político invulgar. Todos os que, como eu, já tiveram a oportunidade de o conhecer pessoalmente, podem atestar a sua seriedade, o seu sentido ético e o seu bom senso para distinguir o que fundamental do que é acessório. Não está para ilusionismos ou para o tacticismo mediático do dia-a-dia. Sobre o seu carácter basta um episódio emblemático: quando saiu da Assembleia (com 35 anos), renunciou à reforma vitalícia a que tinha direito como deputado, tendo sido o único a fazê-lo nas últimas décadas.
É uma pessoa altamente preparada, conhecendo bem os males deste País, suas causas e respectivas terapias. Pedro Passos Coelho tem um projecto! Tem um conjunto de opções definidas, baseadas numa visão moderna do Estado e da Sociedade, que coloca as Pessoas no centro da Política e lhes dá poder de decisão e uma cultura de exigência – na Economia, na Justiça, na Educação, na Saúde…. Que coloca as capacidades de inovação dos Portugueses como grande aposta desta geração. Que nos diz, muito simplesmente: vamos criar em Portugal, um ambiente seguro, saudável e competitivo que nos dê liberdade e responsabilidade, para que possamos ter os resultados que ambicionamos.
É ousado? Certamente! Mas não é mais do que muitos países da Europa fizeram com sucesso nos últimos 15 ou 20 anos, enquanto nós, em Portugal, resolvemos continuar a empobrecer à sombra de um Estado arcaico, ineficaz e endividado.
Dia 5 de Junho será decisivo. O medo deve ser superado e dar lugar à coragem de mudar, até porque as ilusões vendidas pelo poder actual não são mais que fogo-de-artifício, que acabará inevitavelmente na noite eleitoral.
Ou aprendemos com os erros do passado e começamos a remover os bloqueios ao desenvolvimento de Portugal ou ficamos um rectângulo ingovernável, num canto da Europa. Para os que agitam fantasmas sobre a mudança, apenas respondo: quando se sabe para onde se vai e como se vai, com uma visão sólida de futuro, a mudança vale sempre a pena!

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