Tuesday, July 21, 2009

Responsabilidade Social: não é moda, é necessidade! (Jornal Registo - 20/07)


Falar de Responsabilidade Social das Empresas (RSE), em contexto de crise, poderá parecer despropositado. Efectivamente, para muitos líderes empresariais, a rendibilidade e a sobrevivência serão, em muitos casos, as primeiras e únicas preocupações. Mas, quando a “poeira” da crise assentar, a Responsabilidade Social terá um papel incontornável no relacionamento das empresas com as comunidades em que estão inseridas.
Mas o que significa na prática a RSE? Pode definir-se como o compromisso da Empresa em contribuir, de forma voluntária, para um impacto positivo dos seus negócios na sustentabilidade (ambiental, social e económica) e na qualidade de vida das populações. Com efeito, é hoje consensual que uma Empresa é um sistema aberto em permanente interacção com o seu meio envolvente. As questões sociais, culturais, ambientais e políticas são relevantes para o próprio sucesso das organizações pelo que deverão estar no topo da agenda dos gestores. Assim, fazer negócios, hoje em dia, não pode ter apenas a maximização do lucro como única e última meta. A Empresa deverá atender aos valores éticos e morais bem como tentar, dentro das suas limitações, contribuir para criar valor acrescentado na Comunidade.
Para que um plano global, nesta área, não seja apenas uma visão filantrópica (perspectiva extremamente redutora), a Empresa deverá efectuar uma análise mais vasta, que englobe todos os “públicos” pertinentes. Por exemplo, para os seus colaboradores, para além da questão das remunerações e incentivos contratualmente consagrados, será uma boa prática a definição de benefícios que promovam a qualidade de vida e o equilíbrio profissional/ pessoal. Para Fornecedores e Clientes, dever-se-ão focar os aspectos éticos, de conformidade legal e de respeito por princípios consensuais (direitos humanos e laborais, luta contra a corrupção, etc) – portanto, as Empresas deverão ser exigentes consigo próprias e com os seus parceiros. Para a Comunidade envolvente, a defesa do ambiente será uma área pertinente, especialmente se a empresa tem actividades de produção industrial ou serviços produtores de resíduos. Aqui torna-se essencial instituir padrões de qualidade ecológica, comunicando a postura ambiental da empresa. O mecenato educativo e cultural (através da conservação e promoção do património e apoio à criação cultural) ou a promoção de boas práticas educativas (bolsas de estudo e de investigação) também será de equacionar. Como último exemplo, o apoio social a segmentos carenciados – é também cada vez mais comum o empenhamento das Empresas em acções de caridade perante situações de pobreza ou exclusão social.
Quem pensar que este será um assunto apenas relevante para mega-empresas (EDP, PT, BES, GALP, etc), é favor olhar para aqui bem perto, para a Delta Cafés que, neste contexto, tem uma actuação de enaltecer. Será, efectivamente, esta atenção à sustentabilidade e à responsabilidade social que irá diferenciar as empresas no futuro próximo. Dúvidas? Esperemos pelos próximos 5 anos…

Carlos Sezões

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